Saiba a diferença entre deficiência auditiva e surdez. Como lidar com a deficiência auditiva em uma escola inclusiva, quem pode ser considerado surdo e quais os tipos de deficiência auditiva.
“A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição.” (MEC, 2006)
Definição de Deficiência Auditiva e Surdez
Deficiência Auditiva: consiste na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou na composição do aparelho auditivo.
Surdez: é considerado surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada. E é considerado parcialmente surdo todo aquele que a capacidade de ouvir, apesar de deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Entre os tipos de deficiência auditiva estão a condutiva, mista, neurossensorial e central.
Na deficiência auditiva condutiva ocorre interferência na condução do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna, e na maioria dos casos pode ser corrigido com tratamento clínico ou cirurgia. Já a neurossensorial ocorre quando há uma impossibilidade de recepção por lesão na orelha interna ou no nervo auditivo, esse tipo de deficiência é irreversível. A deficiência mista ocorre quando há ambas as perdas: condutiva e neurossensorial numa mesma pessoa. E a deficiência auditiva central, também conhecida como surdez central, não é necessariamente acompanhada de diminuição da sensitividade auditiva mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras.
Pela área da saúde e, tradicionalmente, pela área educacional, o indivíduo com surdez pode ser considerado:
Parcialmente surdo (com deficiência auditiva – DA)
a) Pessoa com surdez leve – indivíduo que apresenta perda auditiva de até quarenta decibéis. Essa perda impede que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. Além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Em geral, esse indivíduo é considerado desatento, solicitando, freqüentemente, a repetição daquilo que lhe falam. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da língua oral, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório na leitura e/ou na escrita.
b) Pessoa com surdez moderada – indivíduo que apresenta perda auditiva entre quarenta e setenta decibéis. Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessária uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É freqüente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos.
Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou formas gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada a sua aptidão para a percepção visual.
Surdo
a) Pessoa com surdez severa – indivíduo que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa decibéis. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns ruídos familiares e poderá perceber apenas a voz forte, podendo chegar até aos quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a família estiver bem orientada pela área da saúde e da educação, a criança poderá chegar a adquirir linguagem oral. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de sua aptidão para utilizar a percepção visual e para observar o contexto das situações.
b) Pessoa com surdez profunda – indivíduo que apresenta perda auditiva superior a noventa decibéis. A gravidade dessa perda é tal que o priva das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir a língua oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica quanto à identificação simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim, tampouco adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a percebendo, não se interessa por ela e, não tendo retorno auditivo, não possui modelo para dirigir suas emissões. Esse indivíduo geralmente utiliza uma linguagem gestual, e poderá ter pleno desenvolvimento lingüístico por meio da língua de sinais.
Atualmente, muitos surdos e pesquisadores consideram que o termo “surdo” referese ao indivíduo que percebe o mundo por meio de experiências visuais e opta por utilizar a língua de sinais, valorizando a cultura e a comunidade surda
A LIBRAS como língua materna
A princípio, a língua materna é uma língua adquirida naturalmente pelos indivíduos em seu contexto familiar. Imersa no ambiente lingüístico, qualquer criança ouvinte chega à escola falando sua língua materna, cabendo à escola apenas a sistematização do conhecimento.
Como a maioria das crianças surdas não têm imersão lingüística idêntica à dos ouvintes em suas famílias, a escola passa a assumir a função também de oferecer-lhe condições para aquisição da língua de sinais e para o aprendizado da língua portuguesa.
A educação bilíngue para alunos com surdez
Conforme o estabelecido na Resolução do CNE Nº 02/2001, a educação dos alunos com surdez pode ser bilíngüe, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvindo os profissionais especializados em cada caso.
Os pais devem estar cientes de que existem duas formas de realizar a educação bilíngüe:
uma envolve o ensino das duas línguas, em momentos distintos, e a outra caracteriza-se pelo ensino da segunda língua somente após a aquisição da primeira língua.
A educação bilíngüe para crianças brasileiras com surdez consiste na aquisição de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa (modalidades oral e escrita), com professores diferentes em momentos diferentes, a depender da escolha pedagógica da escola e da família.
Deficiência Auditiva e Surdez na Educação Especial Inclusiva
Para que aconteça uma boa inclusão escolar do deficiente auditivo é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de comunicação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento.
Muitas vezes, apesar das tentativas do professor, o aluno com deficiência auditiva necessita de Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas salas de recursos multifuncionais, em turno inverso ao das aulas. Nessas salas o aluno irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só professor pode “não dar conta” das necessidades do seu aluno.
O aluno surdo faz parte do público-alvo da educação especial. Entenda mais sobre o que é a Educação Inclusiva em nosso outro post.
A princípio, a língua materna é uma língua adquirida naturalmente pelos indivíduos em seu contexto familiar. Imersa no ambiente lingüístico, qualquer criança ouvinte chega à escola falando sua língua materna, cabendo à escola apenas a sistematização do conhecimento.
Como a maioria das crianças surdas não têm imersão lingüística idêntica à dos ouvintes em suas famílias, a escola passa a assumir a função também de oferecer-lhe condições para aquisição da língua de sinais e para o aprendizado da língua portuguesa.
A educação bilíngue para alunos com surdez
Conforme o estabelecido na Resolução do CNE Nº 02/2001, a educação dos alunos com surdez pode ser bilíngüe, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvindo os profissionais especializados em cada caso.
Os pais devem estar cientes de que existem duas formas de realizar a educação bilíngüe:
uma envolve o ensino das duas línguas, em momentos distintos, e a outra caracteriza-se pelo ensino da segunda língua somente após a aquisição da primeira língua.
A educação bilíngüe para crianças brasileiras com surdez consiste na aquisição de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa (modalidades oral e escrita), com professores diferentes em momentos diferentes, a depender da escolha pedagógica da escola e da família.
Ao receber um aluno com necessidades especiais é normal que o professor se sinta inseguro. O recomendável é que se procure informações sobre o aluno em seu ambiente familiar, fazendo a simples observação do comportamento do aluno ou até mesmo conversando com os responsáveis.
Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberão quão delicada é a situação do novo colega.
Para auxiliar à deficiência auditiva, existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a língua utilizada pela comunidade surda, que possui estruturas gramaticais próprias. Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical, combinando-os em frases.
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O tema da redação foi esse, coloquei mas ou menos isso, mas com essas palavras ficaria melhor.
Na minha redação coloquei deficiençia audititiva . Mas meu professor disse que era melhor colocar surdo .o que voçes acham por favor me ajudem
Olá Milene, obrigado pelo seu contato. Pessoa com deficiência auditiva é diferente de pessoa surda. Se você estava se referindo a uma pessoa que só se comunica pela LIBRAS, então é melhor usar o termo Surdo.
Concluirei o meu curso de pedagogia esse ano e gostei muito desse conteúdo, pois meu TCC será sobre a inclusão do surdo na escola regular.