Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola: 4 dicas

Como trabalhar com paralisia cerebral na escola

Como trabalhar com paralisia cerebral na escola? Na verdade, para ser mais pontual: como alfabetizar e possibilitar que um aluno com Paralisia Cerebral produza textos e escreva com independência?

Essas são perguntas feitas por dezenas de professores do AEE todos os dias.

Afinal, como um aluno com paralisia cerebral que não tem autonomia para segurar no lápis irá conseguir escrever e produzir texto? Como esse aluno irá se alfabetizar?

Na verdade, se alfabetizar é uma etapa. Ter autonomia para produzir seus próprios textos é outra etapa.

Eu acredito que todas as pessoas podem aprender e alçar voos muito altos. Quem somos nós para por limites em alguma pessoa?

Até o final desse post vou apresentar para você 4 ferramentas incríveis que podem dar autonomia para seu aluno com paralisia cerebral e possibilitar a alfabetização e produção textual.

Mas antes, precisamos acreditar que é possível, acreditar nas potencialidades do nosso aluno. Para isso, vou contar uma história em poucas linhas que vai transformar sua visão de como trabalhar com paralisia cerebral na escola.

Todos tempos potencialidades. Seu aluno também.

A cerca de 20 anos atrás, um menino de Salvador, negro, pobre e com paralisia cerebral.

A deficiência impossibilitava a escrita e isso gerou prejuízos ao desenvolvimento.

Sua mãe, sempre acreditando no potencial do filho, tentou matricular o filho em várias escolas. Porém a 20 anos atrás essas matrículas eram frequentemente negadas.

Até o ponto que a mãe, sem saber como matricular o filho em uma escola, começou a alfabetizar através de educação domiciliar.

Então o menino aprendeu. O nome dele é Gilvã. Alfabetizado em casa.

Depois, sua mãe conseguiu matricular o Gilvã na escola. Dessa vez, Gilvã teve uma ótima professora que acreditava em seu potencial, que ele não tinha limites para aprender.

A professor do Gilvã percebeu seu dom para produção de textos, em especial poesia.

Gilvã Mendes publicou seu primeiro livro com 24 anos.

Gilvã hoje é casado, tem filho, se formou em psicologia. Hoje ele é um escritor de sucesso. Você pode conferir a história completa dele aqui.

Quero pontuar 4 coisas que ajudaram o Gilvã a chegar onde ele chegou:

1º Apoio da família

2º Apoio da escola (foi tardio, mas chegou)

3º Talento natural (potencialidades)

4ª Ferramenta certa (o recurso que ele usa para poder escrever)

Assim como o Gilvã no passado, seu aluno pode ter potenciais que não vemos agora, mas com os estímulos certos eles irão aparecer. Isso não é uma fé sem fundamento: se chama neuroplasticidade cerebral e é comprovado pela ciência.

Paralisia Cerebral não é doença. Preconceito é doença.

Isso mesmo, deficiência não é doença. É a realidade da pessoa. Todos temos nossas próprias realidades.

Eu sou programador (formado em ciência da computação) e não sou deficiente. Mas conheci, direta e indiretamente pessoas com deficiência que são programadores muito melhores do que eu. Mais rápidos e inteligentes (e modéstia a parte, eu não sou um programador tão ruim assim).

Acontece que a deficiência não é nosso limite. As vezes ela pode ser até o combustível para o extraordinário.

As tecnologias ajudam as pessoas a romperem barreiras físicas que podem estar limitando seu potencial hoje.

O potencial do seu aluno hoje pode ser expandido com o uso das tecnologias certas. Isso fará toda a diferença em como trabalhar com paralisia cerebral na escola.

Mentalidade é a chave: Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola do jeito certo

Existe um padrão apresentado pelos profissionais da inclusão que tem sucesso com seus alunos, independente da deficiência dele que indicam o sucesso ou fracasso diante de alunos com deficiência na sala de aula.

Esses professores (de sucesso) acreditam no seguinte:

1º Acreditam que todos possuem potencialidades.

2º Buscam até encontrar as potencialidades do aluno

3º Encontram as ferramentas certas e capacitam-se para usar essas ferramentas com o aluno.

Nunca é tarde demais. Desistir não é uma opção.

Agora, quero falar um pouco de 4 ferramentas que possibilitarão a alfabetização, escrita e produção textual do seu aluno com paralisia cerebral na escola.

4 Ferramentas de escrita indispensáveis para alunos com paralisia cerebral

1ª Teclado colmeia e órtese tubular

teclado colmeia: Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola
O teclado com colmeia é ideal para pessoas com baixa visão e dificuldades motoras, ele possui apoio interno que garante o espaçamento entre a colmeia e as teclas. Tornando o teclado funcional mesmo na posição inclinado.

ortese - Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola

Já a órtese tubular funciona como uma extensora de punho e dedos, para que o aluno possa executar a ação de clicar, ou segurar o lápis, colher, escova de dentes e etc.

2ª Acionador para substituir o mouse do computador

acionadores improvisados tecnologia assistiva - Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola

O acionador é um equipamento de tecnologia assistiva que está disponível no mercado para compra, mas pode ser improvisado com o uso de um mouse simples e criatividade. O objetivo é possibilitar o clique do mouse de acordo com as necessidades da pessoa.

3ª Boardmaker

Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola - Boardmaker

O Boardmaker é um programa de computador que foi desenvolvido especificamente para criação de pranchas de comunicação alternativa. Ele possui em si a biblioteca de símbolos PCS e várias ferramentas que permitem a construção de recursos de comunicação personalizados.

Eu gravei uma aula a muito tempo (o vídeo é antigo) sobre como criar uma prancha com o Boardmaker (disponível aqui).

4ª Snap + Core First

Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola - Snap Core First

Essa é a cereja do bolo. É o programa mais moderno, funcional e estratégico para você ter várias idéias de como trabalhar com paralisia cerebral na escola (e fora dela). Na verdade, é ideal para comunicação alternativa.

O Snap Core First é o app CAA baseado em símbolos líder para pessoas não-verbais com dificuldades de fala, incluindo portadoras de autismo, Síndrome de Down, Síndrome de Rett, paralisia cerebral, afasia e dificuldades intelectuais. O app CAA foi criado para que os usuários comecem a se comunicar rapidamente e para guiá-los das primeiras palavras à alfabetização.

Ele é pago. Esse é o site oficial para download do Snap + Core First

Vá além do padrão: estratégias avançadas de ensino

Mesmo com tudo isso, o aluno pode não demonstrar interesse, não aprender, não lembrar do conteúdo.

Por isso eu defendo o uso de estratégias avançadas de ensino que usem: aprendizagem significativa, empatia, o interesse do aluno, reforço (da análise do comportamento), entre outras.

Tudo com muito amor, criatividade e dedicação. Seu aluno pode sim aprender!

[CONVITE EXCLUSIVO] Na verdade, se você quer conhecer essas estratégias, ideias de atividades para alunos com paralisia cerebral (ou outra deficiência), te convido para participar do próximo encontro da nossa comunidade (100% gratuito), na terça-feira, às 15h. Clique aqui para fazer sua inscrição gratuita e participar!

Bom, espero que você tenha novas ideias de como trabalhar com paralisia cerebral na escola a partir de agora. O que me diz? Deixe seu comentário aqui embaixo.

Abraços inclusivos

25 thoughts on “Como Trabalhar com Paralisia Cerebral na Escola: 4 dicas

  1. Hudas says:

    Seus encontros tem sido de grande aprendizado.
    Aprendo e procuro realizar o melhor para meus alunos.
    Deus te abençoe em toda a sua caminhada.

  2. Vera Lúcia Araújo da Silva says:

    Muito bom esse post. Eu não trabalho diretamente com os alunos que têm deficiência mas trabalho como professora em cursos de de Licenciaturas (formação de professores), por esse motivo essas temáticas me interessam.

  3. Tatiana says:

    Olá boa noite sou Tatiana acredito que a diversidade e inclusão social na educação são ferramentas indispensável nó comtidiano escolar.

  4. Auricele says:

    Muito bom. gostei muito das dicas. Este ano iniciei com um aluno com paralisia cerebral e surdez, e devido o comprometimento motor é difícil o ensino da libras, mas ele é sensacional. Eu enquanto professora que tenho que aprender de que forma posso ensina-lo.

  5. Wallonne Medeiros De Aquino Lima says:

    Olá! Sou Wallonne, psicopedagoga e trabalho em clínica e hospital. Estou muito agradecida por informações valiosas para ajudar nossos aprendentes, além da atenção para a capacitação do profissional.

  6. Maria Gracilene says:

    Bom dia! O ser humano com deficiência, desde que seja estimulado pela família, escola, ou meio ambiente que vive, se torna um ser eficiente. Basta descobrir o que lhe proporcionar interesse e investir, auxiliando nas suas potencialidades e desempenho.

  7. Maria Gracilene says:

    Boa tarde! O ser humano com deficiência pode aprender e tornar uma pessoa eficiente, desde que tenha estímulos através da família, escola ou meio em que vive.

  8. Tamara Lana says:

    Excelente matéria, parabéns!
    Sugiro que faça uma matéria que abranja as famílias carentes que portanto não tem como pagar pelos aplicativos citados. Acredito na importância de se alcançar a população desfavorecidas. Abs. Tamara

  9. Nathalia Mara de Oliveira Monteiro says:

    Leandro, estou lendo sua matéria e a sua biografia é impressionante. Tbm sou da área de tecnologia, porém direcionei todo meu empenho para a área da educação, inclusive educação especial, o que me trouxe até este material incrível. Vc tem um coração maravilhoso. Muito sucesso.

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